PPS

Também referido como Polissulfeto de Fenileno (PPS)

O Polifenileno Sulfeto (PPS) é um termoplástico de engenharia de alto desempenho reconhecido por sua excepcional estabilidade térmica, resistência química e resistência mecânica. Frequentemente usado em indústrias exigentes como aeroespacial, automotiva e eletrônica, o PPS preenche a lacuna entre polímeros convencionais e compósitos avançados, tornando-o ideal para peças funcionais expostas a condições extremas.

O que é PPS?

O PPS é um polímero semicristalino com alto grau de pureza (até 65%) e estabilidade térmica. Sua estrutura molecular - composta por anéis de benzeno ligados por átomos de enxofre - confere rigidez, retardância à chama e resistência à degradação. As características principais incluem:

  • Estabilidade Térmica: Ponto de fusão de 280–290°C, com decomposição acima de 430–460°C no ar. Suporta uso de longo prazo a 200–220°C e exposição de curto prazo até 260°C1.

  • Resistência Química: Suporta ácidos, álcalis, solventes e combustíveis, superando materiais como PA (nylon) e POM1.

  • Estabilidade Dimensional: Baixa retração de moldagem (0,15–0,3%) e absorção de água mínima (0,05%)1.

Impressão com PPS: Desafios e Soluções

O PPS exige equipamento especializado e calibração precisa para aproveitar suas propriedades de forma eficaz.

Requisitos de Hardware

  • Bico: Hotend totalmente metálico capaz de 300–350°C para lidar com o alto ponto de fusão do PPS.

  • Temperatura da Mesa: Mesa aquecida a 120–140°C para adesão (preferência por PEI ou superfícies revestidas com adesivo).

  • Câmara Fechada: Mantém temperaturas ambiente acima de 70°C para minimizar empenamento e fissuras.

Configurações Ótimas

  • Temperatura do Bico: 300–330°C (varia conforme aditivos compósitos).

  • Velocidade de Impressão: 30–50 mm/s para garantir adesão entre camadas.

  • Retração: 1–2 mm a 20–30 mm/s para reduzir stringing.

  • Ventoinha de Resfriamento: Desativada ou mínima (0–10%) para evitar resfriamento rápido.

Preparação do Material

  • Secagem: Pré-aquecer o filamento a 120°C por 4–6 horas para eliminar a umidade.

  • Armazenamento: Manter em recipientes herméticos com dessecante para prevenir re-hidratação.

Desafios Comuns

  • Empenamento: Mitigado por impressoras com câmara fechada, altas temperaturas da mesa e utilização de brim/raft.

  • Aderência entre Camadas: Temperaturas mais altas do bico e velocidades mais lentas melhoram a ligação.

  • Compósitos Abrasivos: PPS reforçado com fibra de carbono (ex.: PPS-CF10) requer bicos de aço endurecido ou ruby. Não é necessário para misturas não reforçadas.

Vantagens do PPS

  1. Desempenho Térmico: Supera PA, PBT e PTFE em resistência ao calor, adequado para peças automotivas sob o capô ou componentes aeroespaciais1.

  2. Resistência Mecânica: Resistência à tração de 90 MPa e módulo de Young de 3700 MPa, rivalizando com PEEK em rigidez.

  3. Retardância à Chama: Atende aos padrões UL94V-0, ideal para invólucros elétricos.

  4. Durabilidade Química: Resiste à degradação por óleos, combustíveis e solventes industriais.

  5. Precisão Dimensional: Baixa retração garante impressões precisas para componentes com tolerâncias apertadas.

Limitações do PPS

  1. Complexidade de Impressão: Requer impressoras de alta temperatura e câmaras fechadas.

  2. Custo: Mais caro que PA, ABS ou PETG.

  3. Fragilidade: Menor resistência a impacto comparado com PA6 ou PA12 (28 kJ/m² no impacto Charpy).

  4. Pós-processamento: Opções de alisamento limitadas; usinagem ou polimento por vapor podem ser necessários.

  5. Recozimento: O PPS precisa ser recozido para alcançar sua resistência total e propriedades de resistência ao calor

PPS vs. PEEK: Uma Visão Comparativa

Propriedade
PPS
PEEK

Resistência à Tração

90 MPa

98 MPa

Módulo de Young

3700 MPa

3738 MPa

Alongamento na Ruptura

8%

9.1%

Estabilidade Térmica

Até 260°C (curto prazo)

Até 300°C (curto prazo)

Custo

Inferior

Superior

Resistência Química

Superior

Moderado

Aplicações do PPS

  • Aeroespacial: Suportes, dutos e componentes da baía do motor que exigem resistência ao calor e a produtos químicos.

  • Automotivo: Peças do sistema de combustível, sensores e suportes sob o capô.

  • Eletrônica: Conectores, isoladores e invólucros retardantes de chama.

  • Industrial: Componentes de bombas, vedações e válvulas resistentes a produtos químicos.

  • Médico: Bandejas de esterilização e dispositivos não implantáveis.

Variantes de PPS Reforçado

  1. PPS-CF (Fibra de Carbono): Aumenta a rigidez e a condutividade térmica (ex.: Polymaker PPS-CF10).

  2. PPS-GF (Fibra de Vidro): Melhora a estabilidade dimensional para componentes de precisão.

  3. PPS-HT: Variantes de alta temperatura para ambientes extremos.

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